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PROTOCOLO DE QUALIDADE DA ÁGUA – QUAIS PARAMETROS UTILIZAR?

No artigo de hoje falaremos sobre a importância da qualidade da água no enxágue no CME, mais especificamente, dos parâmetros que devem ser utilizados para definir o protocolo.

 

Então vamos iniciar esse artigo falando da nossa maior riqueza chamada “água”

 

Você sabia que 70% da superfície da terra é coberta de água?

 

Sendo 97,5% de água salgada e apenas 2,5% de água doce.

E desses 2,5% de água doce:

68,9 % em geleiras e calotas polares,

29,9 % em águas subterrâneas

0,3% em rios e lagos,

0,9% em outros locais, como pântanos e umidade do solo

 

O Brasil representa a maior reserva de água doce do planeta (13,7%) e será que estamos usando a melhor forma? Vamos entender:

A principal característica da água relacionada ao processo de enxágue do CME é que ela difere de acordo com o local que ela é extraída, ou seja, a água que cada um tem acesso em todo o mundo não é igual.

Com isso podemos concluir que existem diferentes tipos de água e para que essa água seja ‘rotulada’ é necessário que haja uma “pré determinação” de características que ela precisa ter para ser considerada como um determinado tipo.

 

Agora levando o assunto para as questões legais de limpeza, vamos ver o que diz a RD15/2012:

 

Seção VI
Dos processos de Limpeza dos produtos para saúde

Art. 68 O enxágue dos produtos para saúde deve ser realizado com água que atenda aos padrões de potabilidade definidos em normatização específica.

 

Parágrafo único. O enxágue final de produtos para saúde críticos utilizados em cirurgias de implantes ortopédicos, oftalmológicos, cirurgias cardíacas e neurológicas deve ser realizado com água purificada.

 

Art. 74 O CME Classe II e a empresa processadora devem realizar o monitoramento e registro, com periodicidade definida em protocolo, da qualidade da água, incluindo a mensuração da dureza da água, ph, íons cloreto, cobre, ferro, manganês e a carga microbiana nos pontos de enxágue da área de limpeza.

 

Perfeito, então sabemos que quem define a periodicidade e o protocolo da qualidade da água é o responsável técnico do CME.

 

MAS QUE PARÂMETROS UTILIZAR?

 

Apesar de a norma ser bastante categórica quando fala o que deve ser mensurado, mas não fala que parâmetro utilizar para mensurar. Portanto, não existe um parâmetro definido, mas existem algumas bases fundamentais (regulamentações, recomendações, normas, boas páticas, etc) que envolvem o processo de enxágue e também a geração de água dentro o CME para utilizá-la como agentes esterilizantes. Essas bases são uma complementação de conceitos

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Portaria GM/MS 888/2021

Farmacopéia Brasileira – 6º Edição

 

Technical Information Report 34 de 2007 da Association for the Advancement of Medical Instrumentation (AAMI TIR 34 – 2007)

 

AAMI TIR 34 – 2014

NBR ISO 17.665 – 2 / 2013

 

Valores limite recomendados para contaminantes na água de abastecimento de lavadoras termodesinfectoras, NBR ISO 17.665-2:2013.

Cada uma dessas recomendações nos trazem muitas informações, devemos olhar para elas de forma integrativa para extrair de cada uma delas o melhor para que consiga obter o melhor resultado possível dentro da realidade de cada CME.

 

Além das recomendações citadas neste artigo, veja alguns critérios importantes que devem ser considerados para estabelecer um protocolo de qualidade eficaz da água no processo de enxágue:

 

Conhecer as normas e regulamentos aplicáveis: O primeiro passo para definir os parâmetros do protocolo de qualidade da água no CME é conhecer as normas e regulamentos estabelecidos pelas autoridades de saúde competentes. Organizações como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) podem fornecer orientações específicas sobre os padrões de qualidade da água para uso em esterilização e enxágue de materiais médicos.

 

Estabelecer padrões de potabilidade da água: Antes de qualquer coisa, a água utilizada no CME deve ser potável, ou seja, adequada para consumo humano. A definição de padrões de potabilidade, incluindo parâmetros como pH, turbidez, teor de cloro residual, ausência de contaminantes químicos e biológicos, é essencial para garantir que a água não seja uma fonte de contaminação para os instrumentos esterilizados.

 

Realizar análises laboratoriais: A coleta e a análise regular de amostras da água utilizada no enxágue são essenciais para verificar se ela está em conformidade com os padrões estabelecidos. Laboratórios especializados podem fornecer resultados precisos, avaliando parâmetros como a contagem total de coliformes, a presença de bactérias patogênicas e a concentração de substâncias químicas indesejáveis.

 

Considerar a natureza dos materiais a serem esterilizados: Os materiais médicos que passam pelo processo de esterilização podem variar em sua complexidade e vulnerabilidade à qualidade da água. Alguns materiais podem ser mais sensíveis e exigir água com níveis mais restritos de contaminantes, enquanto outros podem ser mais tolerantes. É importante levar em conta essa diversidade ao definir os parâmetros do protocolo.

 

Acompanhar as diretrizes dos fabricantes: Os fabricantes dos equipamentos de esterilização e enxágue geralmente fornecem recomendações específicas sobre a qualidade da água necessária para o correto funcionamento de seus dispositivos. Essas diretrizes devem ser seguidas rigorosamente para garantir a eficácia da esterilização e prolongar a vida útil dos equipamentos.

 

Definir critérios de monitoramento contínuo: Além de estabelecer os parâmetros iniciais do protocolo, é fundamental definir critérios para o monitoramento contínuo da qualidade da água no CME. Especificar a periodicidade das análises laboratoriais, a frequência da limpeza e manutenção dos equipamentos e a realização de testes de verificação interna são práticas importantes para garantir a conformidade constante com os padrões estabelecidos.

 

Capacitar e envolver a equipe: A equipe que atua no CME tem um papel crucial na implementação do protocolo de qualidade da água. Capacitar os profissionais envolvidos, conscientizando-os sobre a importância do processo de enxágue adequado e fornecendo treinamentos para a correta execução das tarefas, é essencial para o sucesso do protocolo.

 

CONCLUSÃO

 

Não é só enxaguar. A definição dos parâmetros para o protocolo de qualidade da água utilizada no processo de enxágue dentro do CME é um processo fundamental para garantir a segurança e a eficácia dos procedimentos realizados.

 

Os parâmetros estabelecidos para o protocolo de qualidade da água desempenham um papel fundamental na prevenção de infecções relacionadas ao ambiente hospitalar e na preservação dos equipamentos utilizados

Ao considerar todas recomendações e fatores como a legislação vigente, as diretrizes internacionais e as características específicas do ambiente cirúrgico, é possível estabelecer critérios adequados e confiáveis.

 

Além disso, é essencial que o protocolo inclua medidas de manutenção, tratamento e testes regulares, a fim de assegurar a conformidade contínua. Dessa forma, ao seguir um protocolo bem definido e atualizado, a central de material cirúrgico pode oferecer um ambiente confiável e livre de riscos, proporcionando a tranquilidade tanto para os profissionais de saúde quanto para os pacientes.

 

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